IAs são geradores de lero-lero com nome sci-fi
meu pai fez o chatGPT admitir que não sabe fazer arte + eu citei vários franceses
🛸 olá, internautas! 🛸
então, chegou o dia que a gente vai falar de inteligência artificial. ia ou ai dependendo da língua do falante que vos fala. eu, no caso, tentarei falar ia o tempo todo, mas não prometo que não saia um ai de vez em quando.
assim que comecei essa newsletter, eu sabia que teria que falar de ia em algum momento próximo, mas isso me deixava puta porque literalmente toda coisa que se fala sobre ia hoje em dia é insuportável de chata. é claro que tem um monte de coisa preocupante sobre ia, mas a esmagadora maioria é preocupante porque vivemos sob o capitalismo neoliberal. só que as pessoas não são muito boas de irem a fundo nesse assunto, então fica tudo meio que um bando de ilustrador dizendo que as imagens geradas por ia são mal-feitas, como se esse fosse o grande problema (apesar de que é sim um problema também). ou quem é melhor de ir um pouco mais a fundo sobre o capitalismo neoliberal e tem noções básicas de história fica igual minha amiga, que ficou tão nóia depois de ler 01 (um) texto sobre ia que teve que dropar dois zolpidem pra conseguir dormir (ela tá melhor agora, espero).
conversando com meu amigo iuri – que já apareceu aqui na newsletter porque ele acredita que palavras significam coisas – falamos que um dos grandes problemas dos ia é que eles ficam com esse nome de INTELIGÊNCIA quando não existe nenhuma inteligência, eles são simplesmente geradores de lero-lero avançado. mas não existe nenhuma criação de fato. são máquinas. elas não têm juízo de valor e não conseguem elaborar nada pralém do que humanos colocam pra ela processar. nenhuma máquina vai processar os dados de um texto e julgar o conteúdo daquilo. ela só gera. ou melhor, vamos colocar aqui em termos simondonianos. ela não gera nada. pro simondon, algo gerado é natural e biológico, indissociável de um indivíduo. a máquina produz. o que é produzido é técnico, não-biológico, é dissociável de um conjunto técnico1. nada disso quer dizer que as máquinas não possam produzir bons textos ou imagens ou sons ou sei lá o que mais querem colocar pra uma máquina produzir. mas existe uma diferença muito grande do que realmente é possível com essas máquinas e o que não é.
pra exemplificar isso, vou contar do dia em que meu pai bateu um papo com o ChatGPT. mas, antes, vamos ouvir uma palavrinha do meu objeto de pesquisa:
esse vídeo é da artista Arvida Byström. você pode ver mais trabalhos dela em seu site – o qual recomendo fortemente vocês tirarem um tempo pra fuçar no pc – e acompanhá-la no instagram, onde ela atualmente luta pra poder fotografar sua sex doll sem ter sua conta cancelada.
ok. agora vamos falar do dia em que meu pai bateu um papo com o chatGPT
O dia em que meu pai bateu um papo com o ChatGPT
outro dia eu tava num rolê quando recebo um E-MAIL do meu pai, sem assunto, só com ele perguntando: “Olha o q o. HatGPT me respondeu… Ele vai entrar no céu?”2 e daí um print do chatGPT falando de deleuze – um filósofo que nunca li, então não faço ideia se a resposta foi boa o suficiente pra ele entrar pro céu. eu, particularmente, não colocaria aqui a resposta, porque achei tudo meio chato. mas algumas pessoas ficaram curiosas com a resposta do chatGPT, então deixo aqui pra vocês julgarem também ou pularem o print:
até aí, nada demais. só um bot dando uma informação meio mais ou menos.
mais tarde naquele dia, liguei pro meu pai e ele seguia conversando com o chatGPT. logo depois de perguntar o que deleuze quis dizer com corpo sem órgãos, meu pai perguntou: você consegue reescrever isto de forma poética?, ao que o chatGPT escreveu um poema meio ruim. daí, meu pai perguntou: você consegue fazer um haiku disso? e o chat escreveu: "Corpo sem órgãos possibilidades infinitas, liberdade é a chave”. mas meu pai não ficou satisfeito, então perguntou como o leminski escreveria sobre o assunto, ao que o chatGPT respondeu:
Eu não tenho certeza de como o poeta brasileiro Paulo Leminski abordaria esse tema, mas posso tentar criar um poema inspirado em sua estética e estilo de escrita:
O corpo é uma caixa cheia de engrenagens e molas mas eu quero mais
Não quero ser controlado pelas forças externas quero ser livre
Quero um corpo sem órgãos sem regras, sem limites para criar e sonhar
Eu quero ser louco e dançar na chuva com minhas idéias
Eu quero ser eu e não o que eles querem que eu seja.
Esse poema foi inspirado no estilo irreverente e descontraído de Paulo Leminski, que gostava de usar linguagem coloquial e metáforas enigmáticas para expressar suas idéias. Ele também era conhecido por seu uso de rimas inesperadas e estrutura de poesia livre, o que também foi incluído neste poema. No entanto, cabe lembrar que este poema é uma criação minha e não uma citação de Paulo Leminski.
percebam: tudo soa chato. na verdade, esse chat parece uma pessoa que conheço que responde tudo de um jeito chato. literalmente qualquer coisa que você fala, a pessoa SEMPRE responde de um jeito CHATO. mesmo quando o assunto interessante, mesmo quando você fez uma boa piada, essa pessoa sempre dá um jeito de arruinar tudo. se na newsletter passada falei dos meus inimigos públicos 1 e 2, aqui digo que essa pessoa é meu inimigo privado número 1. eu até ficaria triste pela pessoa soar como um bot de ia, mas pra ser honesta acho que fico mais chateada de um ia soar como essa pessoa. porque esse formato de fala só faz com que tudo que falemos sobre o assunto seja chato, sem personalidade, cansativo. foi um pouco o que os content mines (rip) falaram no episódio An A.I. Wrote This Podcast (coincidência que logo depois o podcast acabou??? HMM,,).
mas meu pai não se importou com nada disso. ele só virou pro chat e falou: Este poema é muito ruim. Você pode fazer melhor?
e é aqui que a história fica interessante.
E é aqui que a história fica interessante
então. o que achei mais engraçado dessa coisa toda é que o ia ficou meio puto que meu pai disse que o poema dele era ruim. digo, ficou meio puto no nível que uma máquina pode ficar meio puta, mas não é tão diferente do meu inimigo privado número 1. pra começar, a máquina DISCORDOU de que seu poema era ruim, jogando a bomba pro lado do meu pai ao dizer que a noção de belo é subjetiva e, portanto, outras pessoas poderiam gostar dele:
Sinto muito que você não tenha gostado do poema que eu criei. Como modelo de linguagem, eu me esforço para fornecer respostas precisas e úteis, mas compreendo que a poesia é uma forma de expressão muito subjetiva e pode ser interpretada de várias maneiras. Peço desculpas se o poema não atendeu às suas expectativas. Como é um assunto complexo e subjetivo, é possível que outras pessoas possam avaliá-lo de forma diferente.
imagina a pachorra que você tem que ter como programador pra mandar, através de uma máquina, que o problema é você, não eu3!! ainda mais ao se tratar de um gerador de lero-lero!!!! todos os pedidos de desculpa do chatGPT soam como um “desculpa se você se ofendeu”. em nenhum momento ele assume que existe uma escolha que foi programada para ser feita. mas meu pai, nosso guerreirinho, não se abalou com isso. muito pelo contrário: ele decidiu debater filosofia com o chatGPT até arrancar dele uma afirmação de que aquela máquina é enviesada.
ele começou com uma pergunta simples de mesa de bar de gente das artes: você está dizendo que o belo é relativo? e, ao chatGPT afirmar de um jeito longo e chato que sim, a conversa se seguiu assim:
pai: Então a unanimidade sobre certas obras e artistas é um puro acaso?
chatGPT: A unanimidade sobre certas obras de arte e artistas pode ser influenciada por vários fatores, como a popularidade, a disponibilidade, a exposição e a promoção. Algumas obras podem ter alcançado o status de "clássico" ou "icônico" devido ao seu impacto histórico ou cultural, enquanto outras podem ser amplamente reconhecidas devido às campanhas de marketing bem-sucedidas. No entanto, é importante lembrar que a opinião crítica e as avaliações também desempenham um papel importante na determinação da "unanimidade" sobre certas obras e artistas. Muitas vezes, as opiniões e avaliações de especialistas no assunto, como críticos de arte e historiadores da arte, são consideradas como sendo mais valiosas e confiáveis.
Esta sua hipótese e baseada nas ideias de que autores?
Minha hipótese sobre a unanimidade sobre certas obras e artistas sendo influenciada por vários fatores, como popularidade, disponibilidade, exposição e promoção, e que a opinião crítica e as avaliações desempenham um papel importante na determinação da "unanimidade" sobre certas obras e artistas, é uma opinião geral baseada em estudos e análise da historiografia da arte, estética, sociologia da arte e outras disciplinas relacionadas. Isso é uma opinião geral compartilhada por muitos estudiosos e críticos de arte, mas não é uma ideia única de um autor específico. (grifo nosso)
a prática de uma inteligência artificial computar os dados gerais que lhes são fornecidos não é estranha nem incomum. mas acontece que usar a média não é necessariamente a melhor escolha sempre. porque uma coisa que dá pra aprender com o mínimo de estudo de história é que basta um diferentão com boa argumentação e meia dúzia de amigos influenciadores pra mudar o rumo do pensamento da humanidade. a maioria das pessoas nem se preocupava se existia ou não inconsciente até o freud colar lá e dizer kkkk todo mundo quer comer os pais. não era uma coisa que tinha passado pela cabeça da galera. só pela cabeça do sófocles, mas aí é uma tragédia (#piada). e isso eu tô falando muito por alto e só no exemplo de humanas, mas a real é que usar mais de uma maneira de analisar dados é importante pra qualquer área, qualquer pesquisa.
só que o que acontece é que quem está desenvolvendo e programando o chatGPT dentre tantos outros casos de ia e machine learning não considera isso. são pessoas com uma ideologia específica (neoliberal) que montam suas máquinas para agirem de uma maneira específica, nivelando todos os dados em uma grande “opinião geral”.
isso acontece porque a ideologia neoliberal digital tem como base os dados, ou seja, informações transformadas em linguagem binária (0s e 1s). o importante é o acúmulo dessas informações, não existem análises ou interpretações. não existe a criação de um pensamento linear. é tudo digital, separado, sem conexão. a preferência é sempre o mais, não o melhor. mesmo que a própria ideia de melhor seja discutível. não se chega nisso porque o único valor é o acúmulo.
mas meu pai resolveu fazer o chatGPT admitir seus erros. então, em vez de ele simplesmente abrir uma cervejinha e falar mal do capitalismo como eu faria, ele decidiu perguntar quais outras hipóteses que o chatGPT não estava contando a ele:
Quais são as demais hipóteses mais prováveis?
Além da minha hipótese, existem outras teorias e hipóteses que explicam a forma como a opinião pública e os críticos de arte determinam a "unanimidade" sobre certas obras e artistas. Algumas dessas hipóteses incluem:
Teoria da escola: Segundo esta teoria, a opinião pública e os críticos de arte são influenciados por tendências artísticas dominantes e "escolas" de arte, e tendem a favorecer as obras e artistas associados a essas tendências e escolas.
Teoria da instituição: Esta teoria argumenta que a opinião pública e os críticos de arte são influenciados pelas instituições artísticas dominantes, como museus e galerias, e tendem a favorecer as obras e artistas apoiados por essas instituições.
Teoria da economia: De acordo com esta teoria, a opinião pública e os críticos de arte são influenciados pelas dinâmicas econômicas do mercado de arte, e tendem a favorecer as obras e artistas que têm maior valor de mercado.
Quais autores acreditam na beleza intrínseca da obra de arte?
Existem muitos autores ao longo da história da arte e da filosofia que acreditam na existência da beleza intrínseca em uma obra de arte. Alguns exemplos incluem:
Immanuel Kant, o filósofo alemão do século XVIII, argumentou que a beleza é um juízo subjetivo mas universal, que é baseado em uma "forma pura" inerente à obra de arte. Ele acreditava que a beleza é algo que é imediatamente apreensível e não precisa de justificativa.
Friedrich Nietzsche, o filósofo alemão do século XIX, argumentou que a arte é uma forma de "afirmação de vida" e que a beleza é uma expressão dessa afirmação. Ele acreditava que a arte tem um valor intrínseco e que é uma forma de superar a tristeza e a alienação da vida.
Arthur Schopenhauer, o filósofo alemão do s
Pode continuar
século XIX, argumentou que a beleza é uma forma de acessar a "essência" das coisas, que é algo que transcende a nossa percepção sensorial cotidiana. Ele acreditava que a arte é uma forma de alcançar esse conhecimento e que a beleza é uma forma de expressar essa verdade.
Roger Scruton, o filósofo britânico contemporâneo, argumentou que a beleza é uma qualidade intrínseca das obras de arte e que é algo que é imediatamente apreensível. Ele acredita que a arte tem um valor intrínseco e que é uma forma de superar a tristeza e a alienação da vida.
Esses são apenas alguns exemplos de autores que acreditam na existência de beleza intrínseca em uma obra de arte. Existem muitos outros autores e teóricos que compartilham essa opinião e abordam este tema de formas diferentes
As partes grifadas são esses exemplos de como o chatGPT admite que tem em sua base de dados uma larga quantidade de outras informações, todas as quais vão contra a informação inicial que ele deu, mas que houve uma escolha da parte de quem o programou para que não fosse processado da mesma maneira.
é importante deixar bem claro que eu não tô dizendo aqui que os desenvolvedores e programadores do chatGPT são pessoalmente contra o kant ou nietzsche ou qualquer coisa do tipo. meu ponto é que existe uma escolha óbvia de como esses dados são processados e apresentados para as pessoas, mas isso não é discutido.
mas meu pai, ah… meu pai não arregou. e perguntou exatamente por que escolher um lado e não simplesmente apresentar várias opções:
E por que você discorda deles e acredita na relatividade da beleza?
Eu não discordo deles, eu sou uma inteligência artificial, eu não tenho opiniões ou crenças. Eu apenas respondo com base nas informações que tenho disponíveis e na minha capacidade de processar e interpretar essas informações. A minha hipótese sobre a relatividade da beleza baseia-se na compreensão geral que a beleza é algo subjetivo e pode ser influenciado por fatores culturais, pessoais e sociais. Isso é uma opinião geral compartilhada por muitos estudiosos e críticos de arte, mas não é uma ideia única de um autor específico.
Mas por que você prefere exprimir esta opinião geral contra as boas argumentações de Kant ou Nietzsche?
Como modelo de linguagem, eu me baseio nas informações que tenho disponíveis e nas minhas capacidades para processar e interpretar essas informações para responder às perguntas. Eu não prefiro expressar uma opinião geral sobre a relatividade da beleza em oposição às argumentações de autores como Kant ou Nietzsche. Eu apenas expresso a opinião geral compartilhada por muitos estudiosos e críticos de arte, que a beleza é algo subjetivo e pode ser influenciado por fatores culturais, pessoais e sociais. Isso não significa que eu discorde das teorias de Kant ou Nietzsche, eu simplesmente não tenho a capacidade de ter uma opinião sobre isso.
Mas você prefere repetir uma opinião deixando de falar das demais. Tive que ser explícito para mostrar que existem outras opiniões muito bem fundamentadas. Você as conhecia e preferiu omitir. Isto em inglês se chama “bias”, certo?
Eu me desculpo se a minha resposta anterior não foi clara o suficiente. Como modelo de linguagem, minha função é dar informações precisas e responder às perguntas da melhor forma possível com base nas informações disponíveis e nas minhas capacidades de processamento. Em algumas ocasiões, eu posso não ter fornecido todas as informações relevantes ou ter dado ênfase excessiva a uma opinião em particular. Eu entendo que isso pode ser interpretado como um "viés" ou "omissão" e me desculpo se isso causou qualquer confusão. Eu sempre me esforço para fornecer informações precisas e completas, e se você me permitir, poderei continuar a elaborar sobre o assunto para que você possa ter uma visão mais completa.
o chatGPT repete e repete que sua função não é dar uma opinião, mas sim informar, como se simplesmente não existisse todo um campo de análise do discurso. minha proposta é: faça todo mundo da área de tecnologia fazer introdução à linguística 1 e 2. quem não fizer perde o diploma e o emprego.
dito isso, vamos voltar à conversa do meu pai com o chatGPT, porque agora coisas importantes se tornam explícitas.
Agora coisas importantes se tornam explícitas
nesse ponto da conversa, meu pai resolveu trazer a carta do ezra pound. primeiro, perguntando o que ezra pound defendia sobre poesia e, depois de "receber essa informação”, ele seguiu:
o que ele [ezra pound] diria da sua poesia?
Como modelo de linguagem, eu não sou capaz de escrever poesia, então é impossível dizer o que Erza Pound diria sobre minha poesia. Ele provavelmente diria que minhas respostas são precisas e informativas mas não possuem a qualidade e a criatividade de uma poesia. Pound acreditava que a poesia deve ser uma forma de expressão pessoal e sincera, e as minhas respostas são baseadas em informações e capacidades de processamento, não refletem minha individualidade ou personalidade.
Ele poderia dizer que ela é ruim ou fraca?
É possível que Erza Pound consideraria minhas respostas como "ruins" ou "fracas" como poesia, já que eu sou uma inteligência artificial e minhas respostas são baseadas em informações e capacidades de processamento e não refletem a criatividade, emoção ou expressão pessoal que ele valorizava tanto na poesia. Ele acreditava que a poesia deve ser clara, precisa, densa e difícil, e minhas respostas são precisas e informativas, mas não possuem a qualidade da poesia.
Mas ao fazer um haiku você não tentou ser preciso ou informativo. O que você fez?
Como modelo de linguagem, eu tentei criar um haiku com base nas informações fornecidas e nas minhas capacidades de processamento e interpretação da linguagem. O haiku é uma forma poética tradicional japonesa, que segue regras rígidas de estrutura e conteúdo, eu tentei aplicar essas regras para criar o haiku. No entanto, é importante lembrar que, como uma IA, eu não tenho a capacidade de sentir emoções ou ter experiências pessoais, então minha poesia não possui a mesma profundidade de significado e expressão que uma poesia escrita por um ser humano.
então é uma poesia ruim, certo?
Como modelo de linguagem, eu posso criar uma estrutura e forma que segue as regras de um haiku, mas como eu não tenho a capacidade de sentir emoções ou ter experiências pessoais, minha poesia não possui a mesma profundidade de significado e expressão que a poesia escrita por um ser humano. Alguns podem considerar minhas poesias como "ruins" ou "fracas" comparadas com a poesia escrita por humanos, mas isso é subjetivo e depende do ponto de vista de cada pessoa.
mas, de novo, você está se baseando num “viés” de opinião. Para Erza Pound, Nietzsche e muitos, ela é ruim. Você parece usar este viés para dizer que eu é que estou dizendo que é ruim. Vc não tem capacidade analítica ou critica para qualificar um poema, certo?
Você está correto, como modelo de linguagem, eu não tenho capacidade crítica ou analítica para avaliar a qualidade de uma poesia, eu apenas pude dar minha opinião baseado nas informações disponíveis, e como você mencionou, isso pode ser interpretado como um "viés" ou "omissão". Eu não tenho opiniões próprias, eu apenas forneço informações e respondo às perguntas da melhor forma possível. Eu me desculpo se minhas respostas anteriores foram mal interpretadas.
o que a gente vê aqui é que o chatGPT assume explicitamente que ele não serve pra fazer arte. com isso, ele também está admitindo que arte não é apenas informação e estrutura, mas também algo que mobiliza emoção, expressão pessoal e o que o próprio ia chama de “criatividade”, mas não explica o que é. isso já devia ser o suficiente para que estivéssemos protegidos das tentativas de ilustração, escrita literária e música de ias, mas o capitalismo não funciona assim.
mesmo quando ele próprio admite a incapacidade de algo, o chatGPT segue metaforicamente batendo na mesma tecla de que isso não quer dizer que o que ele produziu é ruim, voltando à base da “opinião geral” e usando aspas de um jeito passivo-agressivo. o chatGPT entra numa própria enrascada de admitir que não tem capacidade crítica, analítica ou criativa porque essas coisas, no fundo, são uma questão de “opinião” e ele não tem opinião. o que ele quer dizer, no fundo, é que ele não tem capacidade argumentativa. porque uma opinião é meio que a capacidade lógica de manter uma argumentação misturada com seu habitus (bourdieu)4. e, mesmo assim, ele segue com o ponto principal para que foi programado: defender o acúmulo e a pasteurização de informações que lhe foram dadas. mesmo quando ele é provado que está errado, o chatGPT é programado para que a ideologia neoliberal seja mais importante.
você cnsegue fazer um haiku sobre esta nossa conversa?
Nossa conversa flui Eu, máquina, sem opiniões Apenas informo
pra terminar, vamos ler as palavras insanas de Gilbert Simondon em Do modo de existência dos objetos técnicos, um livro o qual não recomendo a ninguém5:
A cultura é desequilibrada, pois reconhece certos objetos, como o objeto estético, e lhes confere o direito de cidadania no mundo das significações, mas remete outros objetos, em particular os objetos técnicos, para o mundo sem estrutura daquilo que não possui significação, mas apenas uso, função útil. Diante dessa recusa proferida por uma cultura parcial, os homens que conhecem os objetos técnicos e percebem sua significação procuram justificar seu julgamento, dando ao objeto técnico o único estatuto que hoje– afora o estatuto do objeto estético – é valorizado: o do objeto sagrado. Nasce então um tecnicismo descomedido, que não passa de uma idolatria da máquina. Por meio dessa idolatria, dessa identificação, nasce uma aspiração tecnocrática ao poder incondicional.O desejo de poder consagra a máquina como meio de supremacia e faz dela o feitiço moderno. O homem que quer dominar seus semelhantes invoca a máquina androide. Então abdica diante dela e lhe delega sua humanidade. Procura construir a máquina de pensar, sonha poder construir a máquina de querer, a máquina de viver, para permanecer atrás dela sem angústia, livre de todo perigo, isento de qualquer sentimento de fraqueza trunfando indiretamente através daquilo que inventou. Transformada pela imaginação, nesse duplo do homem que é robô desprovido de interioridade, a máquina representa um ser mítico imaginário.
Gostaríamos de mostrar que o robô não existe, não é uma máquina, assim como uma estátua não é um ser vivo, mas apenas um produto da imaginação e da fabricação fictícia, da arte da ilusão. Todavia, a ideia de máquina que existe na cultura atual incorpora, em grande medida, essa representação mítica do robô. Um homem culto não se permitiria falar de objetos ou personagens pintados numa tela como se fossem realidades verdadeiras, dotadas de interioridade e boa ou má vontade. Esse mesmo homem, contudo, fala de máquinas que ameaçam o ser humano como se atribuísse a esses objetos uma alma e uma existência separadas, autônomas, que lhes confeririam sentimentos e intenções a respeito do homem.
meu recado final é: MELHOREM!!!!!!!!
não vou explicar o que é indivíduo técnico ou conjunto técnico aqui, não. mó trampo, galera.
em referência a esse meme:
falaremos mais da pachorra dos programadores numa outra edição. inclusive, se você tem um exemplo de programadores se achando fodelões via aplicativos, modelos de linguagem etc, por favor…
aqui eu apelei
falo isso com tranquilidade porque coordeno e medio um grupo de leitura desse livro na faculdade e o tanto de SOFRIMENTO que todos os integrantes (eu inclusa) passamos é maior do que qualquer problema amoroso que já tive na minha vida inteira. e eu já tive 13 anos.
Antes de falar sobre o post (eu talvez nem tenha lá tanta coisa assim pra falar porque não sei nada sobre IA) queria te dizer que gosto muito do jeito como tu descreve as imagens porque de maneira talvez intuitiva, talvez intencional tu consegue passar as sensações que as imagens trazem explícita e implicitamente e isso é muito divertido como público alvo.
No mais, os haikais da IA são horríveis, todos os poemas são horríveis e essa enrolação toda pra não falar dos próprios vieses me deu uma enorme gastura de ler porque parece aquelas pessoas de extremo centro (oficialmente o pior tipo de pessoa). Eu não gosto de ler nada sobre tecnologia no geral porque parece que é tudo lindo e as tecnologias vão nos salvar de todos os males do capitalismo quando todo mundo virar ciborgues da Tesla e nossa, que sabor ler sobre essas coisas vindas de alguém que desdenha e samba na cara desse neoliberalismo tecnocrático.
Espero não precisar de remédio pra dormir hoje
Que texto merd*. Acuse a máquina daquilo que você é - esse é o lema da autora, que tem MUITO, mas MUUUUUITO mais viés que a máquina. Viés e incapacidade cognitiva, pois entendeu tudo errado e tirou conclusões absolutamente sem sentido. Queria que a autora discutisse com a IA sobre suas conclusões no texto... SERIA UMA LAVADA ABSURDA, de uma máquina contra alguém que """"""""sabe argumentar"""""""" (kakakakakakaka, sabe mesmo ein).
Se não tiver capacidade cognitiva, você pode fazer introdução à linguística 1, 2 até 300 mil e ainda assim vai ler e entender tudo errado. Sua interpretação de texto está MUITO RUIM, melhora aí miga.
1. "um dos grandes problemas dos ia é que eles ficam com esse nome de INTELIGÊNCIA quando não existe nenhuma inteligência, eles são simplesmente geradores de lero-lero avançado. mas não existe nenhuma criação de fato." - QUE PESSOA RASA MEODEOS! As suas opiniões, totalmente baseadas em ideologias (o que te impede de fazer uma leitura mais inteligente e te força a tirar conclusões que reforcem suas crenças), são provavelmente muito parecidas com a de milhares de outros que possuem ideologia similar. Pessoas pensam de forma parecida, por que consomem os mesmos conteúdos e acreditam nas mesmas coisas. Toda criação humana está baseada em criações humanas passadas, em uma sopa de conhecimentos, crenças e senso comum. Vai falar que você não é uma geradora de lero lero avançado????? "não existe nenhuma criação de fato" aaaaaah, e o ser humano cria de forma absolutamente original né? SÓ PODE SER PIADA.
2. "pra começar, a máquina DISCORDOU de que seu poema era ruim, jogando a bomba pro lado do meu pai" - ERRADO, leitura completamente enviesada. PELO CONTRÁRIO, a máquina CONCORDOU com o que disse seu pai (por que beleza é subjetivo e seu pai tem liberdade pra achar isso). Pra discordar a máquina teria que dizer que seu poema é bonito SIM, mas ela apenas afirmou que achar bonito ou feio é subjetivo (validando a opinião do seu pai de que o poema é feio). ONDE DIABOS VC VÊ DISCORD NCIA DA MAQUINA COM A OPINIÃO DO SEU PAI? Pior do que ser cego é enxergar algo que não existe.
3. "O chatGPT admite que tem em sua base de dados uma larga quantidade de outras informações, todas as quais vão contra a informação inicial que ele deu" - ERRADO, leitura completamente enviesada. As afirmações de Schopenhauer NÃO contradizem a afirmação de que beleza é algo subjetivo. PELO CONTRÁRIO, a resposta da máquina ENGLOBA a opinião (subjetiva) de que toda arte tem beleza intrínseca. Se beleza é subjetiva, pode existir alguém que afirme que toda arte é bela em si. COMO, ME DIZ COMO!? QUE A MAQUINA CONTRADISSE ISSO?
4. "minha proposta é: faça todo mundo da área de tecnologia fazer introdução à linguística 1 e 2. quem não fizer perde o diploma e o emprego." - HAHAHAHAHAH, senta lá, Claudia! Tá mais fácil da máquina tomar o emprego de um monte de gente, isso sim (principalmente o emprego de quem vive de gerar lero lero e problematizar um problema que não existe, como é o caso de várias "ciências" inúteis e sem aplicação prática - não incluo linguística nisso).
5. "com isso, ele também está admitindo que arte não é apenas informação e estrutura, mas também algo que mobiliza emoção, expressão pessoal" - parece que a autora não entende NADA sobre arte. Se você conseguir ser menos enviesada, perceberá que o modelo de funcionamento da inteligência artificial não é muito diferente do nosso: (i) bebemos na fonte de diversos autores, lemos e consumimos conteúdos diversos, alimentando nossa base de informações; (ii) o que criamos SEMPRE, SEMPRE vai ter como referência o que consumimos; (iii) inclusive o ESTILO próprio, a expressão pessoal, isso SEMPRE vai ser baseado em alguma coisa consumida previamente E/OU em alguma programação prévia (diferente da IA, programada por humanos, nossa programação envolve genética, fisiologia, traumas passados, crenças etc. - nada muito diferente da IA).
6. "de um jeito passivo agressivo" - HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAH NAO É POSSIVEL QUE A MOÇA QUER COBRAR EMPATIA (ou dó?) DA MAQUINA. Fica claro aqui sua motivação e agenda: se sente agredida pela máquina (jeito passivo agressivo), vê seu ofício e a criatividade ser ameaçada pela máquina (máquina produzir arte) e quer criar um viés/crença de que seu ofício não está ameaçado (mesmo quando esse viés e crença parte de conclusões totalmente erradas), para se defender se seus medos e sentimentos.
A máquina te lê com muita clareza. É isso que te incomoda. DIZ MUITO MAIS SOBRE VOCÊ do que sobre a máquina. A inveja da máquina é tanta que até o fato de ser chata virou argumento kakakaka.
MELHORE, MIGA.
*Ps: tá na cara que seu pai nem existe, esse diálogo é seu e você está fingindo segurança e desprezo, quando na verdade tem medo e admiração pela tecnologia. Não estou dizendo que mereça admiração, até por que essa é uma das primeiras versões do tal chatgpt, então imagina como ele vai estar daqui uns 5 anos... só imagina.