🛸 olá, internautas! 🛸
eu meio que devia falar de ia generativa, né? mas eu não vou. não aqui, não agora. ou, pelo menos, não do jeito que normalmente se espera falar de ia. não sei. vamos ver onde o texto nos leva. é que termino março me sentindo completamente atropelada. meu pé continua lesionado, tive uma crise ansiosa daquelas, lutei pra conseguir entregar um artigo difícil e, pra coroar o mês, minha cachorra morreu. e se isso já não era muito mais do que o suficiente, na mesma semana, que foi semana passada, também morreu a heloísa teixeira, que foi a pesquisadora que primeiro me inspirou a seguir carreira acadêmica, uma mulher que eu admirava pacas por mil motivos diferentes. então, é. termino março assim, meio terra arrasada.
a real é que não sei muito bem o que dizer aqui pra vocês dessa vez. eu obviamente tô triste. e emocionalmente exausta. é um luto, óbvio. e eu tô passando por isso. o que significa que vem, mas que também vai. e eu sei disso e sei também que essa é a parte da estadia. estados mudam.
se não estivesse tão cansada, falaria sobre como é bom viver uma língua que diferencia ser e estar. também falaria de como tudo é mutável. de como acho isso bonito e difícil mas meio que gosto de que é difícil, porque nada que é fácil tem muita graça. talvez até falasse de graça. e de taylor swift. se não estivesse tão cansada, falaria de como a humanidade é linda, de como eu amo isso tudo, de como eu me sinto muito o miyazaki nessa mistura angustiante de amor à vida e frustração com o que têm feito dela nesse último século. eu falaria do studio ghibli, da violência e ilegalidade do chatgpt, citaria simondon, faria um lindo texto sobre como o grande problema dos tecnocratas é que eles não sabem lidar com a própria humanidade, então ficam criando máquinas para viverem sem eles terem que viver, máquinas pra eles acharem que nunca vão morrer. eu contaria até de uma conversa bizarra de 15min que tive com um motorista de uber. eu falaria de que a única graça da vida é que ela acaba. e falaria de como os deuses são a coisa mais humana que existe. eu faria uma ode à vida. falaria da vida como esse estado de excessão. talvez citasse o walt whitman.
mas, no momento, tá chovendo e eu tô cansada e querendo um banho quente. no momento, eu me sinto um pouco como no fim de pom poko. eu não vou contar do filme pra vocês. mas já faz uns anos que o considero o meu filme preferido. vão lá assistir.
esse é um still do filme. é o fundo de tela do meu computador também. eu não vou falar sobre isso. mas vou registrar que, quando penso na lélinha, penso nela nadando num rio tipo esse. minha filhinha de oxum.
tem gente que tem essa mania de colocar uma trilha sonora pra cada edição da newsletter. se eu fizesse isso, a de hoje seria não chore mais - gilberto gil, uma música que, ironicamente, sempre me faz chorar.